Sempre tem uma primeira vez pra tudo, né?
Essa história é mais uma da série “Peripécias pelo sul da Bahia”, e eu tinha que contar pra vocês, claro!
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Ilhéus. Noite de sexta-feira, dia de São João. Eu, meu então marido, meu irmão, minha cunhada e um amigo estávamos bebendo e pensando no que fazer. A cidade não oferece, digamos, grandes opções de entretenimento adulto. Clube de swing, então, nem pensar.
E eis que surge a idéia: Vamos num puteiro!
Todo mundo topou, claro.
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Nota:
Sempre tivemos essa fantasia: fazer show num puteiro, com dancinha no queijo, eu andando peladinha pelos clientes, enfim, situação excitante, diferente, puro fetiche. Quem sabe não rola até uma proposta de programa?
Bem, a oportunidade apareceu. Obaaaaa!!
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Chegamos no tal puteiro (que aqui chamamos de “Brega”). Era difícil de acreditar, mas me garantiram que
aquilo era o melhor da cidade.
Estava vazio pois a maioria das “meninas” estava viajando por conta do São João.
Minha cunhada então me apresentou a Miguel, o hostess-gerente-garçom (tudo junto e misturado) da casa. Bonito, simpático, educado...e que com certeza deve ter achado tudo muito estranho.
Gente boa, Miguel. Vou logo avisando!
De imediato vi o palco com a barra de pole dance, massss.... fui informada que os Shows são pagos.
Como assim?
Assim: quer ver um show? Tem que pagar 55 reais (média) para a garota de sua preferência subir no queijo e tirar a roupa. Detalhe, na frente de todos.
Resumindo, não ia rolar aquele "esquenta" preliminar.
Ok, danço de graça pra galera.
Segundo problema: cadê o DJ?
DJ? Hã? Como assim?
Ah, tá. Não temos DJ. Se você quiser ouvir um som, tem que inserir uma cédula de dois reais na máquina e escolher uma música de sua preferência. E eu nem preciso falar sobre a variedade do repertório, né? Lady Gaga, nem pensar.
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Mas enfim. Enfim. ENFIM!!!!! O palco estava lá, com a barra de pole dance, tinha música, luz negra, e EU estava lá. Não seriam alguns detalhes técnicos que iriam me impedir, nem desanimar.
Consegui encontrar “Promiscuous Girl” de Nelly Furtado na máquina de música, subi no palco e comecei a dançar. Tirei a roupa e fiquei de lingerie. Dei alguma piruetas na barra e comecei a andar pela boate. Fui parar na frente do meu amigo, que estava sentado na poltrona, de frente pro palco. Atrás dele, espelhos enormes colados na parede.
Quando eu desci da poltrona, comecei lentamente a tirar o sutiã. De repente, não mais que de repente, eu
senti a presença de Miguel. Ele se aproximou do meu ouvido e cochichou: “Não pode tirar a roupa”.
Ooooooops
... Houston, we have a problem!!!
- Como assim, Miguel? Não posso ficar pelada em um puteiro? Essa é nova!!
- Sabe que é...os shows aqui são pagos. E as meninas não estão gostando da sua presença aqui. Estão chateadas...
- Ok, Miguelzinho! Tudo bem. Não quero confusão com ninguém...não vou tirar a lingerie...prometo.
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Não vou o caralho! Humpf! Só o que faltava...
Eu lá tenho culpa de ser linda e gostosa?
Concorrência é isso aí, minha filha!
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Miguel, sendo hostess-gerente-garçom, estava obviamente ocupado e teve que sair da pista da boate. Na mesma hora tirei tudo, fiquei peladinha, dancei, ajoelhei, engatinhei no palco...tudinho que eu tinha direito.
Olhares femininos fulminantes em cima de mim...uia!
De novo
senti a presença de Miguelito, dessa vez com uma toalha na mão!!!!! kkkkkkkkk
Chegou por trás do palco, me enrolando com a tal toalha, me oferecendo a mão, sorrindo, gentilmente me convidando a sair.
É isso aí: fui convidada a me retirar do palco!
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Claro que não guardo nenhuma mágoa de Miguel. Ele depois até sentou com a gente e bateu um papo animado. Me contou (JURO!!!!) que o programa na boate custa, na média, 150, podendo chegar a 200 ou até 300 reais.
kkkkkkkkkkkkkkkk
Tá de sacanagem, né? Só pode!!
Daí entendi toda a raiva: eu, com produto de qualidade, ainda cobrando barato? Realmente, eu ia quebrar a “banca” das meninas facinho...
Uma menina ficou com tanta raiva da gente, que resolveu se vingar. Meu marido estava tentando, meio atrapalhado, inserir uma nota de dois reais na máquina de música pra ouvirmos algo. A tal moça entrou na frente dele (claro que
sem pedir licença...) e inseriu a nota dela primeiro, programando a máquina de som pra tocar 15 músicas seguidas, todas de "excelente" qualidade, variando entre arrocha e pagode. A grosseria e falta de educação dela daria um
post a parte.
Em determinado momento, meu marido tentou mudar de música (não aguentávamos mais tanto pagode e similares), e afinal de contas éramos clientes, certamente teríamos alguma preferência, né?
Né, nada! Mais uma vez Miguel, sempre ele, hostess-gerente-garçom, veio nos dizer que teríamos que esperar a boa vontade da
lady em liberar a máquina, coisa que não ia acontecer nessa encarnação...
É a nossa "deixa"...temos que admitir quando não somos bem vindos em um lugar.
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Espero que essas regras não sejam válidas para todos os puteiros...
Vou experimentar outros e depois conto pra vocês aqui. Estou aberta a sugestões e para outras coisas também...rsrsrsrs
Bem, por hora melhor voltar aos clubes de swing, viu? Lá eu sou convidada..... a
subir no palco!